Agora você pode ouvir gratuitamente o CD "João Prado - Todo prosa... em verso". Lançado em 2005, tráz 20 faixas selecionadas pelo autor em sua voz inigualável.
Como ouvir? CLICANDO AQUI.
Dedicado à obra do Poeta do Otimismo, trazendo textos seus e informações sobre apresentações.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
sábado, 10 de agosto de 2013
MEU PAI
Meu
pai,
quem
foi
que
lhe fez tão grande?
Me
ensina a tocar no céu,
e
arma feliz, de novo,
meu
barquinho de papel.
Me
dá sua mão segura
de
rugas de experiência.
Eu
beijo vossa excelência
com
todo afeto, meu pai,
e
o sorriso que me sai
misturado
com esse pranto
é
um misto de gratidão
pelo
mundo feito encanto
que
você me pôs na mão.
Ah!
que saudade incontida
de
um tempo
que
o tempo afasta.
Quanta
doçura na vida;
deixa
que eu
carregue
a pasta;
deixa-me
lhe festejar.
E
você vinha tão gente
trazendo
a festa contente
nos
nossos braços se achar.
Eu
tenho um doce na vida
de
um tempo que foi depressa
“lá
vem papai sorridente
com
balas (doces presentes)
de
um troco do pouco à bessa”.
Ai,
meu pai, como era lindo
Eu
espera o gigante
e
vinha você sorrindo
trazendo
beijos bastante,
talvez
você nem soubesse,
hoje
a gente reconhece
o
quanto era importante
o
seu amor, seu carinho.
Eu
ia bem confiante.
Eu
desdobrava o perigo,
pois
tinha você amigo
ao
meu lado
a
cada instante.
Você
lavrador do peito
semeou
tanta ternura
e
sempre você deu jeito
temperou
com tal doçura,
que
o sorriso que hoje trago
é
o reflexo do afago
de
toda aquela candura
que
eu vivi
quando
criança.
Você
não tinha com que
mas
transmitia esperança.
Você
não tinha dinheiro
no
entanto tinha um tesouro
o
maior do mundo inteiro
lá
no seu interior,
era
amor, era bondade,
que
inventou felicidade
cá
no meu interior.
E
agora, que quero mais
quando
essa sua cabeça
é
uma bandeira da paz.
Meu
pai, herói, meu amigo,
por
você ter feito abrigo
desse
seu peito tão doce.
Por
ter-me adoçado a vida
por
mais difícil que fosse.
Por
encantar meu destino
eu
quero chegar, menino,
totalmente
emocionado
com
os olhos cheios de brilho
pra
dizer: muito obrigado,
valeu
demais ser seu filho.
In: Garimpo
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
DONA BARATINHA QUER CASAR
Dona
Baratinha
pôs
na porta da casinha
onde
morava tão sozinha
uma
placa bonitinha,
um
aviso colorido:
“Precisa-se
de um marido.”
Pôs-se
na frente do espelho,
deu
um trato no verniz
e
passou um batom vermelho
fez
um ar de bem feliz.
Pôs
perfume, pó de arroz
e
depois, bem maquiada
e
julgando-se a mais bela,
muito
bem paramentada
debruçou-se
na janela
esperando
o resultado.
Nisto
surge o Gafanhoto,
um
funkeiro saltitante,
mas
um Grilo bem maroto,
pagodeiro
interessante
muito
bem intencionado,
muito
doido pra casar,
um
pagode incrementado
começou
logo a cantar:
“Baratinha,
Baratinha,
me
escolha por favor,
vou
encher esta casinha
de
ternura e muito amor”
O
Gafanhoto ultrajado
ficou
muito aborrecido
pois
era mudo o coitado;
queria
ser o marido
e
aquele Grilo abusado
fora
demais atrevido.
Baratinha não gostou
daquela
situação.
Decerto
o Grilo abusou
e
o Gafanhoto, um bobão,
no
fim das contas chorou.
“Ai
meu Deus, que confusão!”
Zangada
mais que ninguém
trancou
portas e janelas.
“Há
males que vem pra bem.
Todos
os dois, tão magricelas,
aposto,
em casa não tem
nem
comida nas panelas.”
E
pra findar a questão,
dar
um fim na picuinha,
Dona
Baratinha, coitadinha,
muito
da estressadinha
arranjou
a solução:
Pôs na porta da
casinha
outra placa
bonitinha:
“Marido
é complicação,
prefiro
ficar sozinha!
Assinado,
Baratinha.”
Assinar:
Postagens (Atom)