Tu que andas cansado
vazio, desanimado,
parece que o mundo todo
já desabou ao teu lado,
levanta cara, sacode,
eu não sei como é que pode
tanta amargura e desdita
e crê, a vida é bonita!
Vem ver na beira do tempo
a festa que o tempo fez
e reage de uma vez,
galopa numa esperança
tirada de lá do fundo.
Rodopia a mão no mundo,
num laço prende a certeza,
briga, sacode, disputa
vira a mesa, vai à luta.
A vida te cobra vida,
o mundo te cobra garra,
amarra o teu desengano
num pé de não quero mais
bem distante da esperança,
da coragem bem lá atrás.
Acredita, vai em frente
com raça quebra a corrente
e bate no peito: eu posso,
quero, faço, aconteço;
vira o mundo pelo avesso
mas faz, constrói, realiza
não precisa ser gigante
super-homem nem precisa,
basta seres tu somente
com a força suficiente
que tens lá dentro de ti
mas que está adormecida.
A vida te cobra riso,
faz da vida um paraíso,
quem tem raça por raiz
terá flor feito sorriso.
Vem, levanta firme, altaneiro
põe sangue nas tuas veias,
põe mais sal nesse tempero,
habita Deus no teu peito
de um jeito bem verdadeiro.
Tem estrelas te espiando.
Que importa a lama no pé?
A fé que vai carregando
a gente, se for a fé
se realmente palpita
faz essa vida bonita
do jeito que a vida é.