sexta-feira, 3 de maio de 2019

Tempo de revolta



Dá um tempo que eu reviro,
Hoje estou pelo avesso.
Se é possível um recomeço,
Por que não recomeçar?
Me refiro a esse estágio
De amargar o resultado,
Mas se tudo é aprendizado,
Pode até me sufocar,
Me sufoca, mas não mata,
Sou de pedra, sou de aço,
Ninguém toma o meu espaço.
Pode até virar cascata
Essa lágrima que rola,
Mas eu vou tocando a bola,
Não me entrego ao Deus dará.
Sou semente que germina
Entre as brasas,
Sobre as cinzas,
Entre as sobras das ruínas,
Sou enfim jacarandá.
Quero o céu do meu caminho
Estrelado tanto, tanto,
E um sol surgindo lento,
Fumegando o firmamento.
Dá um tempo que eu levanto
Meu astral, me recupero.
Tudo tem a sua hora,
Menos mal,
E o que eu espero
Eu engulo sem demora,
Mas aquilo que eu não quero
Eu mastigo e cuspo fora.