E agora, José?
não há mais
sorriso
e o sonho
acabou,
e uma estrela na
terra
afinal se apagou.
De repente um doído
semblante de paz.
e agora, José?
José não há mais.
Quem fará os
bercinhos
de pinho de riga
e a cadeira
bonita
de jacarandá?
O baú, a gamela,
o armário e uma
figa
com o mesmo
carinho,
e amor quem
fará?
Quem trará
guloseimas
“Cantina
Sorrento”
e as maçãs
embrulhadas
de um jeito teu
só
a expressão tão
incrível
de contentamento
do menino feliz
ao dançar um
forró.
E agora, José?
que deixaste a
carcaça
e que o tempo de
dor
já ficou para
trás
Parecias, José
uma velha
barcaça
amarrada,
ancorada
na beira do cais.
E não foi teu
feitio
José, esse jeito
às pedras jogado
ao cais sem
noção.
Tu que tinhas da
vida
de certo o conceito
que é preciso
viver
e curtir a
emoção
Mas a imagem que
fica,
José, entre nós
é a que sempre
passaste
no ano após ano
a de um barco
bonito,
gigante, veloz,
sorrindo,
vivendo,
rasgando o
oceano.
Vai ficar na
memória
o teu jeito
marcante.
Ah! Esse jeito
mineiro
que falta nos
faz.
Mas agora, José,
até um instante,
até logo, até
breve,
até já, até
mais.