segunda-feira, 26 de novembro de 2018

E agora?



E agora, José?
não há mais sorriso
e o sonho acabou,
e uma estrela na terra
afinal se apagou.

De repente um doído
semblante de paz.
e agora, José?
José não há mais.

Quem fará os bercinhos
de pinho de riga
e a cadeira bonita
de jacarandá?
O baú, a gamela,
o armário e uma figa
com o mesmo carinho,
e amor quem fará?

Quem trará guloseimas
“Cantina Sorrento”
e as maçãs embrulhadas
de um jeito teu só
a expressão tão incrível
de contentamento
do menino feliz
ao dançar um forró.
E agora, José?
que deixaste a carcaça
e que o tempo de dor
já ficou para trás
Parecias, José
uma velha barcaça
amarrada, ancorada
na beira do cais.

E não foi teu feitio
José, esse jeito
às pedras jogado
ao cais sem noção.
Tu que tinhas da vida
de certo o conceito
que é preciso viver
e curtir a emoção

Mas a imagem que fica,
José, entre nós
é a que sempre passaste
no ano após ano
a de um barco bonito,
gigante, veloz,
sorrindo, vivendo,
rasgando o oceano.

Vai ficar na memória
o teu jeito marcante.
Ah! Esse jeito mineiro
que falta nos faz.
Mas agora, José,
até um instante,
até logo, até breve,
até já, até mais.

2 comentários: