Falar
de João Prado não é tarefa das mais fáceis. Como falar de uma pessoa
que consegue com seus versos simples, sua figura tímida, sua fala
vibrante de emoção transformar a todos que o vêem e ouvem? Para não
sermos traídos pelo sentimento que nos envolve ao lidar com ele, vamos
seguir o caminho da descrição (se é que se pode descrever alguém que é a
própria essência da poesia.
João Correia do Prado nasceu no Rio de Janeiro, em 27 de março
de 1942 e sua relação com a poesia começa ainda na infância através dos
versinhos escritos pelo pai para que o pequeno “Joãozinho” declamasse em
reuniões familiares.
Eram outros tempos; a leitura fazia parte do dia a dia dos
jovens e era comum que poesias fossem dedicadas como presente a pessoas
estimadas. É nesse contexto que João Prado, já um declamador por
excelência, começa a escrever seus próprios versos. É importante dizer
que este é o ponto mais impressionante da obra de João Prado: A
PERFORMANCE.
O próprio poeta nos esclarece que quando começou a escrever,
produzia apenas poemas amargos, pessimistas. Esse pessimismo tinha
raízes em sua própria vida; o ressentimento por morar na Baixada
Fluminense, a vergonha de ser pobre e de seu cabelo crespo eram
expressos em forma de versos por demais carregados de tristeza. Isto
gerava uma situação paradoxal: Prado declamava poesias muito alegres de
diversos autores mas os seus próprios textos eram amargos.
Foi aí que o mundo conspirou em favor de João...
Os convites para declamação aqui e ali levaram a uma
valorização por parte das pessoas, valorização essa que começa a
influenciar muito positivamente o íntimo de João - “e de alguém
pessimista eu passei a ser um cara muito otimista”, ele diz com um
sorriso. E nada mais natural que essa mudança íntima se refletisse em
sua poesia.
O técnico em contabilidade, morador de Mesquita, na Baixada
Fluminense, esconde uma figura humana singular. Um homem simples e
tímido que tem a alma de um menino e um otimismo típico das pessoas que
sabem fazer da vida algo mais do que aquilo que o mundo mostra.
A timidez que lhe é própria desaparece quando João Prado sobe
em um palco, mesmo que seja apenas um plano baixo separado para a
apresentação, e brinda o público com sua poesia e com sua pessoa.
Atualmente a obra de João Prado encontra-se difundida assim:
- Pedaços de Sonho (1985),
- Garimpo (1989),
- Janela de Sol (1996)
- João Prado - Todo prosa... em verso (2005) - CD
- Contemplando Estrelas (2009).
- Virei Criança (2012)
Em 2006 a Prefeitura Municipal de Mesquita (PMM) homenageou
João Prado com a inauguração da Sala de Leitura Poeta João Prado.
Sua poesia é vibrante, visivelmente influenciada por Castro
Alves, entretanto as características tão peculiares à sua maneira de
escrever levam-nos a arriscar a idéia de que tem ele uma poética
própria, uma Poética Pradiana.
É membro de diversas associações literárias, dentre as quais
podemos destacar Academia Internacional de Letras, Salão de Poesia Júlia
Galeno, Academia de Letras de Paulo de Frontin, Federação das Academias
de Letras do Brasil e Academia de Letras e Artes de Mesquita tendo sido
durante muitos anos o declamador oficial da APPERJ (Associação dos
Poetas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro).
Poderíamos terminar essa apresentação recordando o texto
bíblico, dizendo "Havia um homem chamado João..." Um João Poeta que nos
batizado com fogo em forma de versos.
João Prado, acabo de ler um pouco da sua obra, De repente, em especial. E fiquei encantada. Seu talento como poeta é real e verdadeiro. Como declamador, tenho certeza que também o ficarei quando ouvi-lo no próximo dia 27 no Curso de Extensão Cultural da Mulher - Clube Militar - Lagoa. Eu não poderia ter feito melhor escolha e o Gláucio, quem o indicou, não poderia ser mais verdadeiro. Grande abraço. Será um prazer conhecê-lo pessoalmente e, tenho a certeza, que todo o grupo vai adorá-lo.
ResponderExcluirConheci o João por ter convivido durante anos com os vizinhos de meus avós em Mesquita na época que não tinha água encanada na rua Cordura em Mesquita.
ResponderExcluirPara minha sorte meus pais escolheram para serem meus padrinhos Sr Antonio e Dona Dina pais do poeta João Prado, com somente um portão a separar sem chaves as residencias dos meus avós Jose Pinto e Maria Vitória.
Tenho guardado até hoje os livro de poesias Pedaços de Sonhos(1985) que ganhei de presente.
Primo amado, talentoso, solidário, amoroso, anfitrião. Saudades. Amo sua linda família! Espero nos encontrarmos em breve. Beijos no seu coração.
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